Amigos, o que são?


Tem gente que passa a vida tentando entender e classificar. Tem gente que passa a vida sem saber. Esse negócio de amigo é complicado....

Amigo é aquele cara totalmente diferente de você, com quem você faz amizade no primeiro dia do Colegial e, depois de 26 anos, ele continua seu amigo. Ou é aquele cara que você conhece na porta da sua entidade de classe, num evento qualquer, e que, depois de um tempão, continua lá do seu lado.

Tem os amigos da faculdade, um grupo de nove entre quarenta, que se põem um título terrorista, mas nenhum é capaz de explodir uma bombinha de 50. Tem os malucos da organização discreta, que te acolhem como se você já fosse da família desde sempre.

Confidentes. Cúmplices.

Tem aqueles amigos que você conhece do nada, que a afinidade surge num sábado de manhã, num passeio de moto. Com eles, você contempla inaugurar um “Moto Grupo”, que é um aglomerado de gente que quer andar junto, que se respeita, mas que não quer causar confusão nem brigar na rua.

Tão confidentes e cúmplices quanto os outros. Amigos.

E, neste “aglomerado”, tem de tudo: o "Curitiba" que fala pouco, o piloto que tá sempre voando, o mineiro que sempre pensa antes de falar, o gaúcho que é alvo das piadas, os tiozinhos mais ponderados, entre uma gama de todo o tipo de gente. Gente igual, mas diferente.

Gente que ora está num rolê, ora não está. Gente que briga, que sai, que volta, e você não entendeu nem porque foi, porquê o cara fala outra  língua, meio misturado. Gente que é como você, cheia de acertos e erros.

Aí, você olha e está fazendo 2 anos (730 dias ou 17.520 horas) que vocês fundaram uma organização desorganizada, e que, noves fora, já atraiu quase um terço do quadro inicial. E essa atração se dá naturalmente. Gente sempre tão parecida...

Hoje, ou melhor, daqui a pouco, já que escrevo antes de 13.12, os Burocratas completam dois anos. Aqui tem de tudo: grosso, fino, magro, gordo, homem, mulher, gaúcho, paranaense, paulista, cabeludo, careca, branco, preto, verde, azul, cor de rosa.

Temos uma família. Meio disfuncional, mas uma família. Aí a gente se pergunta: Amigos, o que são? E eu peço licença pra tentar responder: são todas essas pessoas que a gente traz em volta ao longo da vida.

Vida longa aos Burocratas! Vida longa às amizades sinceras!


Uma noite por aí.


Em primeiro lugar, meus agradecimentos pelo convite para compor o ilustre quadro de colaboradores, e minhas desculpas pelas mal traçadas linhas que serão lidas daqui em diante.

Quinta-feira, 6/12/2018. Uma saída previamente marcada de São Paulo, que já rendeu um baita trajeto em trânsito pesado. Depois de dias com tempo bom, um por do sol acinzentado, querendo diminuir nosso ímpeto motociclístico.

Bobagem!

São Paulo a Guararema, estrada um pouco cheia, vento um pouco frio, horizonte cinza. Nada disso arrefeceu o ânimo. Depois de muita conversa no comunicador (quase 100 km), chegamos a uma cidadezinha agradável, pequena e com um pequeno festival de luzes e fogos de artifício.

Bom papo e piadas numa pizzaria agradável e barata, uma voltinha pelas praças e chega a hora do retorno.

E que retorno: talvez o melhor passeio de moto que eu já tenha feito. Pouco frio, sem incômodo na pista de boa qualidade e, de novo, muito assunto no comunicador.  

S E N S A C I O N A L !!!

Todo mundo devia fazer isso, vez por outra, com amigos como eu tenho.

Que venham os próximos. Serão muitos!



Às vezes decepciona




Hoje, nesse mundo de redes sociais e comunicação instantânea, é comum recebermos mensagens positivas de vários assuntos, dentre eles mensagens que pregam a união entre motociclistas.

Estas mensagens costumam dizer que na estrada somos todos iguais, não há distinção entre rico ou pobre, bandido ou mocinho. Este seria o motivo principal de motociclistas usarem tanto a caveira como símbolo, seja com o argumento de que por trás de nossas vestes somos todos ossos e carnes, seja quando alguns dizem que quando morremos todos temos o mesmo “fim”.

Vendo mensagens como esta, é de se esperar que a classe fosse realmente unida mas, infelizmente, a realidade tem se mostrado diferente.

Dentro do mundo dos motociclistas há aqueles que andam sem associação, os há os motogrupos que possuem regras mais leves e, finalmente, os motoclubes que são irmandades entre motociclistas, uma família.

É triste ver quando uma “família” resolve encrencar com outra por motivos mais do que fúteis ou vazios (discussão psicológica isso). Inventam-se rixa na base da ignorância ou, até mesmo, na base da babaquice, como disputas por territórios, disputas por status ou apenas para inflar o ego.

É mais triste ainda ver motoclubes tendo de se extinguir pelo simples motivo da preservação da integridade física de seus integrantes, motoclubes pequenos e de boa índole sendo canibalizados por outros maiores e seus afiliados, que deveriam dar o exemplo.

Quando eu conto essas histórias para pessoas que não são do meio, geralmente escuto:

- Você está dizendo a verdade?
- Existe isso?
- Por que existem essas rixas?
- Essas pessoas não têm coisa mais importante na vida? 

É impossível responder quando as respostas te fazem soar como vazio, fútil ou idiota mesmo. É difícil explicar e convencer as pessoas ao seu redor que você não se envolve nessas celeumas, já que poucos dias atrás estávamos todos pregando união entre todos os que andam de moto.

De SP a Foz, a IDA.

Foi de última hora que resolvi encarar uma viagem do grupo de 2200 km entre São Paulo e Foz do Iguaçu. Era no feriado de 9 de Julho, Revo...