Saímos do hotel por volta das 9 da manhã. Tiramos
fotos debaixo das placas de divisa com a República Oriental do Uruguai e poucos
km após a fronteira chegamos ao posto de aduana. Hora da verdade.
Procuramos a fila do guichê de imigração. Surpresa
boa: não tinha fila. Passaporte carimbado e um boa viagem recebidos em menos de
30 segundos. Fomos então falar com o pessoal da fiscalização e vigilância
sanitária, perguntamos: querem ver os documentos? Responderam: Fizeram carta
verde? Mal concordamos com a cabeça e recebemos mais um boa viagem. Pronto. Estávamos
pimpões e autorizados a entrar de moto na antiga Cisplatina.
A distância entre a cidade de Chuí e o nosso
destino, a Vila de La Paloma, era de apenas 160 KM, mas hoje era dia de
turismo.
Os primeiros quilômetros da Ruta 9 foram
estranhos, pois a estrada era praticamente igual, a paisagem era a mesma e as
pessoas muito parecidas. Mesmo assim sabermos que estávamos em outro país tudo
parecia meio assim, alienígena.
Mais uns quilômetros rodados e de repente a
estrada simples dobra em largura e um número gigante está pintado no chão, a
estrada se transforma em uma pista de pouso, assim, sem mais nem menos, sem
aviso. Aparentemente a força aérea uruguaia usa o trecho para pouso de
aeronaves em ocasiões especiais.
Logo após a pista de pouso/decolagem chegamos ao
forte Santa Teresa, erguido pelos portugueses na tentativa de manter aquelas
terras sob seu domínio. Vejam as imagens, a fortaleza é muito grande, muito
bonita, numa posição estratégica, conhecemos cada sala, cada detalhe. Valeu
muito a pena.
Seguimos estrada e chegamos pouco depois até Punta
Del Diablo. Punta é um apêndice de terra que vai do continente em direção ao
mar, apenas uma rua principal asfaltada e uma bagunça de vielas construídas em
cima da terra e da areia até a praia. Era por volta de 11h30, e tudo na cidade
parecia estar dormindo ou abandonado. Na prática, lá é um lugar noturno e fora
de temporada a quantidade de pessoas diminui drasticamente. Frequentada por
muitos mochileiros e pessoal alternativo, se tivesse que usar uma palavra para
descrever Punta Del Diablo, a palavra seria legalize.
Hora de pegar a Ruta 10, uma estradinha de acesso
muito estreita, porém quase não utilizada fora de temporada. A estrada estava
em obras e logo nos vimos pilotando nossas motocas em cascalho solto, o famoso loose gravel, rípio. Apesar de a moto balançar de um lado para o outro, foi muito
divertido e superamos este trecho sem percalços.
Antes de chegar em La Paloma, paramos no bairro de
Arachania. Lá visitamos minha prima que deixou o calor da Bahia e trocou as
tartarugas marinhas do Tamar para trabalhar na ONG para a conservação de
cetáceos no Uruguai. Resumidamente, cetáceos são mamíferos marinhos. Entendeu,
né? Mayra, Stela e Kauai nos receberam da melhor forma, com arroz, feijão com
carne, tomate e farofa.
Felizes e de barriga cheia, fizemos um passeio
pelo bairro e pela praia local, onde pudemos notar a simples e prática forma
das casas de veraneio. Este bairro também estava bem vazio por causa da baixa
temporada.
A jornada terminou por volta de 17h30 (lembram que
a princípio eram apenas 160 km? Pois é). Check-in no hotel, passeio em La Paloma
para ver o farol, jantar e cama.