Até Logo, Nigella



Nossa história começou em 2016, meio assim de sopetão, no impulso torquei  Amber (xl1200) por você. Com você em minha vida fiz novos amigos, amigos de verdade. Viajei por alguns estados do país e juntos somamos 30 mil km rodados em menos de 2 anos.  Neste tempo você me mostrou:


- como era andar em bonde/bando.

- como é lindo e interminável o rastro da serpente.


- como a BR-050 em Goiás tem um céu que hipnotiza.

- como era fácil cuidar de você.

- que uma das melhores partes da viagem era esperar a posição em que o sol ficava exatamente atrás do meu capacete,  no reflexo do acabamento do farol.

- e que este mesmo reflexo em outro horário batia no painel e ia direto para meus olhos.

- como você gostava de sujar o chão de óleo em cada troca de filtro.

- como era difícil fazer curvas com um pneu de 5 anos de idade,  quadrado.

- como você ficou feliz de pneus novos, principalmente na estrada dos romeiros.

- você disse tudo bem quando eu a raspava em curvas mais fechadas, mesmo que eu não gostasse assim.

- você me salvou de um incidente que eu poderia ter me machucado, você me salvou.

Não sei dizer quantas vezes, no final de um rolê eu levava minha mão esquerda na lateral do tanque, dava dois tapinhas e agradecia por mais um dia aproveitado, se  o tanque fosse macio juro que te daria umas apertadas. Também não sei quantas vezes fiquei com uma xícara de café na mão esfriando enquanto olhava para você sem pensar em nada. Ou quantas vezes te dei banho...

Nunca tivemos problemas, nem indo na padaria do lado e casa, nem indo até a rambla de Montevidéu. Eu cuidei de você, você cuidou de mim.

É hora de deixar você ir, hora de fazer outra pessoa feliz, hora de ser feliz com outra pessoa.

Adeus, Nigella. Nos vemos nas estradas, seja feliz.


Minha nova história agora começa com a Yasmin.



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